quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Brises, Cobogós e muito mais.....

ELEMENTOS VAZADOS

Cobogós, Brises e Muxarabis

O elemento vazado é um ótimo artifício utilizado para barrar a insolação para dentro das edificações, principalmente no Brasil, em que o grande uso de vidro acarreta em excesso de sol e um superaquecimento dos ambientes internos.
Os elementos vazados além de permitir a circulação de ar e entrada de luz criam uma textura diferente na fachada. Tornando o interior da edificação mais agradável, diminuindo assim a utilização de ar condicionado. Pode-se destacar o cobogó, o brise-soleil e o muxarabi.

O Cobogó é um tijolo vazado, um elemento totalmente brasileiro que foi criado em Pernambuco, na década de 30, denominado de tal forma por causa dos seus criadores: Amadeu COimbra, Ernest BOeckmann e Antônio de GÓis, foram utilizados amplamente pelos modernistas Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, entre outros, retornando com toda força nas obras contemporâneas, também como divisórias internas.

Foram evoluindo e passaram a ser fabricados não somente de cimento, como também de argila, vidro, cerâmica, etc, com diversas formas e tamanhos. Funciona para fechamento ou divisão de ambientes permitindo a passagem de luz e ventilação, mantendo a privacidade em ambientes muito abertos e garantindo imagens próximas a rendilhados, que variam de forma durante o dia de acordo com a incidência solar.

A Caixa d'Água de Olinda foi a primeira obra brasileira a utilizar o brise de concreto e de buraquinhos redondos. Feito à perfeição para o clima do Nordeste brasileiro, os cobogós são paredes que mantêm a privacidade e ao mesmo tempo abrem-se à ventilação. Consagrado arquiteto brasileiro, o paulista Marcio Kogan projetou a Casa Cobogó, toda ela envolvida por elementos vazados.















O Brise-Soleil (expressão francesa cuja tradução seria quebra-sol, embora seja comum a utilização da palavra brise em português) é um dispositivo arquitetônico utilizado para impedir a incidência direta de radiação solar nos interiores de um edifício, para a fim de evitar a manifestação de um calor excessivo. Foi um dos principais elementos compositivos utilizados pela arquitetura moderna.

Os brises podem ser compostos de materiais diversos, sendo mais comum o concreto, a madeira e o alumínio, como também de zinco ou vidro. Normalmente caracterizam-se como uma série de lâminas, móveis ou não, localizadas em frente às aberturas dos edifícios. No caso de serem móveis, permitem que conforme a necessidade e a conveniência sejam reguladas para aumentar ou diminuir a insolação no ambiente em questão.

O tamanho, o material, a posição das lâminas (horizontais ou verticais) e seu espaçamento são definidos pelo ângulo de incidência dos raios solares e pela quantidade de luz que se queira barrar.

No Brasil, o primeiro projeto a utilizar o brise-soleil foi o emblemático edifício Gustavo Capanema (1936-1945), no Rio de Janeiro, projetado pelos arquitetos Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira.
Em São Paulo, sua utilização mais famosa se dá no Copan (1951-1966), projetado por Niemeyer.


Os Muxarabis são balcões fechados por treliças usados pelos árabes para fechar parcialmente os ambientes de maneira que quem está dentro possa ter visão total do lado externo, porém quem está fora não consegue ter uma boa visão do interior dando assim privacidade ao ambiente. Mas a principal função do muxarabi no mundo árabe era proteger as mulheres de olhares masculinos. Ele foi aproveitado e adaptado pela arquitetura ocidental especialmente em países tropicais para preservar a ventilação e a iluminação dentro dos ambientes e estão presentes na arquitetura colonial, sendo retomado por Niemeyer, Lúcio costa e Lina Bo Bardi.
















Brises, cobogós, muxarabis e treliças partem da mesma premissa: ventilar e proteger, manter a claridade, abrir-se à paisagem, servir de anteparo aos raios solares e, de preferência, adornando de beleza o edifício, brincando de esconde-esconde com o Sol e desenhando grafismos de sombra do lado de dentro da casa.

REFERÊNCIAS:

2 comentários:

  1. esses cogobós coloridos e com desenhos diferenciados são bem bonitos, porque aqueles antigos já caíram de moda de vez. existe algum lugar em específico que revenda?

    ResponderExcluir
  2. COBOGÓS SÃO MAGNÍFICOS!!! AMO DE PAIXÃO!!!!

    ResponderExcluir